Jussara Lucena, escritora

Poesias

Elegia a uma rosa morta

Na manhã com perfume de alecrim,
no silêncio dos pássaros calados,
foi-se a rosa mais bela do jardim.

Escondeu-se de dor o sol dourado
entre nuvens pejadas de lamentos;
e o meu jasmim murchou desconsolado.

O coração da rosa, pelo vento
foi levado em suas asas amorosas
a nós restando apenas sofrimento.

Por quais amargas penas, dolorosas,
ou triste amor que a pobre flor mantinha
desistiu de viver a minha rosa?

As dela não sei, só sei das minhas,
penas trazidas pela tua ausência
pelo fim do amor que tu me tinhas.

É tão breve das flores a existência,
foge no ar o perfume destas rosas
perdem rápido a sua inocência.

Pétalas cor das chamas, preciosas,
na manhã sem cantigas nem sentido,
sobre a terra tombaram silenciosas.

Brilhava neste meu dedo ferido
triste luz de uma lágrima carmim
que brotou de um espinho escondido.

Prostrada junto ao ramo de jasmim
sobre os restos da rosa desfolhada
chorei por ela, também chorei por mim.


04/11/2014

 

 

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